INTRODUÇÃO: Israel
após a divisão que resultou na criação dos reinos no norte e do sul entra num
caos espiritual, enquanto Judá provava momentos bons com o reinado de Asa,
Israel provava duros momentos de apostasia com o reinado da dinastia de Onri,
sob o reinado de Acabe. Acabe segundo Flávio Josefo foi o mais devastador e
apostata entre os reis de Israel, promoveu diversos sacrilégio, instituiu
adoração a falsos deuses e continuou a adorar os outros deuses já introduzido
na sociedade israelita.
1.
CONTEXTO HISTÓRICO
Para
compreendermos a situação que Israel se encontrava é necessário uma viagem aos
tempos de Salomão, momento este que se inicia a apostasia em Israel, por razões
de comércio e para manter a paz política com os reinos visinhos, Salomão casou
com várias mulheres, e estas foram os primeiros agentes de introdução da
idolatria em Israel (I Rs. 11. 1-13). Como forma de sentenciar a Salomão Deus
permitiu que o reino fosse dividido, fato que já havia sido proferido por Deus
que aconteceria (I Rs. 11. 11), após a morte de Salomão seu filho Roboão começa
a governar, mas por razões de sublevações regionais, o grande reino de Israel é
dividido em Reino do Norte e Reino do Sul. O novo governante de Israel o Jovem
Roboão, filho de Naamã, a moabita, não tinha a sabedoria do pai, e de imediato
confrontou o povo, aumentando a carga tributária, o que ocasionou com a cisma
de Israel.
O governo de
Jeroboão (Reino de Israel) foi marcado por plena idolatria, a construção do
bezerro de ouro em Betel e outro em Dã, tomaram o lugar de Deus, substituindo a
adoração a Jeová em Jerusalém, no templo do Senhor (I Rs. 12. 25-33). Após o
fim da dinastia de Jeroboão I, começa a dinastia de Baasa que continua com as
práticas idolatras (I Rs. 15. 33,34), já no fim da dinastia de Baasa o reino de
Israel se dividiu em duas facções, uma a favor de Tibni e outra apoiava Onri (I
Rs. 16. 21), Onri após o assassinato de Tibni (como registra Flávio Josefo)
começou a reinar em Israel, o escritor dos Livro dos Reis registra que Onri foi
o mais impiedoso de todos os reis que lhe antecederam (I Rs. 16. 25), foi Onri
com suas alianças políticas que introduz em Israel o culto a baal (Deus dos
fenícios), com sua morte seu filho Acabe começa a reinar.
Acabe visando à
manutenção da paz em Israel e a prosperidade econômica que firma uma aliança
política-matrimonial com os povos tassalocratas, os Fenícios, os maiores
comerciantes e navegadores do mundo antigo, o seu casamento com a jovem
Jesabel, filha do rei da cidade-estado de Sidom, representou o auge da
idolatria em Israel, neste momento por certo foi instituída a prática da
idolatria em especial a Baal e Asera. No governo de Acabe Israel conhece a
institucionalização do culto de Baal com a construção de um templo em Samaria
(capital do reino de Israel).
2.
APOSTASIA DE ISRAEL
Apostasia de
Israel significou a ruptura drástica do relacionamento com Deus, o termo grego
usado no Novo Testamento para apostasia é aphistêmi
que significa separar, abandonar, este mesmo
termo é utilizado para fazer menção ao divorcio, se configurando assim que
Israel com a institucionalização do culto a Baal traiu o matrimônio espiritual
que tinha com Deus. Vários profetas fizeram menção à apostasia de Israel, mas alguns
textos do profeta Jeremias fazem entender o que a apostasia significa para Deus
(sabendo que Jeremias foi profeta em Judá e não em Israel e não está alocado
nos tempos de Acabe), neste texto a apostasia significa uma ruptura matrimonial
com Deus (Ver: Jeremias. 2. 1-5).
Um dos principais agentes da apostasia em Israel foram às
mulheres de outras terras, sua prática idólatra individuais tronaram-se plurais,
contaminaram a pureza e santidade de Israel, estes relacionamentos mistos
introduziram em Israel o sincretismo religioso, que consiste numa mistura de
práticas religiosas. O próprio Salomão já advertiu em Provérbios sobre as
mulheres más (Pv. 2. 16-22).
Nos dias de Acabe, rei da dinastia de Onri, uma mulher
surge como agente da apostasia o seu nome é Jesabel, ela era filha do rei de
Sidom e sacerdotisa de Asera, suas atitudes foram devastadora em Israel, por
sua causa o culto a Jeová fora quase abolido, senão por causa de agentes
(homens de Deus) que souberam preservar os antigos princípios.
3.
PECADOS DE ACABE
O texto de 1 Reis. 16. 29-34 refere-se a pelo menos três
pecados de Acabe, deixando perceber que está época foi uma completa apostasia
espiritual em Israel.
1ª Pecado: [...] Passou a
prestar culto a Baal e Adorá-lo. (I Reis. 16. 31). Nunca Deus permitiu que outros
deuses tomassem o seu lugar na adoração (Ex. 20. 3-5), no decálogo essa atitude
é repugnada, adorar a outro deus é adultério espiritual, pois temos um
matrimonio espiritual, o maior símbolo desta relação com Deus é contextualizada
no livro de Oseías, onde sua vida fora uma mensagem para Israel.
2ª Pecado: Fez também poste
sagrados. (I Reis. 16. 33). Esse texto nos
faz acreditar que Acabe construiu vários ídolos em forma de poste, como é mais
propagado, mas o texto hebraico utiliza o termo asherim que é traduzido por Aseras, deusa
que Jesabel era sacerdotisa, o que nos faz pensar que a construção destes
monumentos foi sobre pura influência de sua mulher, e em homenagem a ela. Mais
um mal trazido por Jesabel.
3º Pecado: Durante seu
reinado, Hiel, de Betel, reconstruiu Jericó
(I Reis. 16. 34). As ruínas de Jericó representavam à lembrança da ação e poder
de Deus sobre um povo idólatra, era um marco de lembrança do poder de Deus,
reconstruir os seus velhos muros significava revogar uma lei de Deus, se
sobrepujar os seus mandamentos (Js. 6. 26). Por certo a sua reconstrução fora
patrocinada pela riqueza econômica que Israel estava provando no governo de
Acabe. O afastamento temporal da maldição sobre aquele que reedificasse os deus
muro fez pensar que Deus tinha esquecido ou mudado de opinião. Deus não muda! Por
isso os dois filhos de Hiel foram mortos (I Reis. 16. 34).
CONCLUSÃO
Tais atitudes de Acabe, rei de Israel, que encaminhou esta
nação a apostasia, fez perder o símbolo que carregavam como povo de Deus, nação
escolhida por Deus. As atitudes ímpias de Acabe não fizeram Deus abandonar
Israel, pelo contrário Deus enviou juízos a fim de trazer o seu povo para o seu
pasto. Deus nunca desiste dos seus! Ele levantou profetas que foram verdadeiros
apologistas na antiguidade, combateram como leais soldados e nunca baixaram à
guarda, como foi o caso de Elias, o tisbita (será tema do próximo comentário).
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