sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A APOSTASIA NO REINO DE ISRAEL



INTRODUÇÃO: Israel após a divisão que resultou na criação dos reinos no norte e do sul entra num caos espiritual, enquanto Judá provava momentos bons com o reinado de Asa, Israel provava duros momentos de apostasia com o reinado da dinastia de Onri, sob o reinado de Acabe. Acabe segundo Flávio Josefo foi o mais devastador e apostata entre os reis de Israel, promoveu diversos sacrilégio, instituiu adoração a falsos deuses e continuou a adorar os outros deuses já introduzido na sociedade israelita.

1.      CONTEXTO HISTÓRICO

Para compreendermos a situação que Israel se encontrava é necessário uma viagem aos tempos de Salomão, momento este que se inicia a apostasia em Israel, por razões de comércio e para manter a paz política com os reinos visinhos, Salomão casou com várias mulheres, e estas foram os primeiros agentes de introdução da idolatria em Israel (I Rs. 11. 1-13). Como forma de sentenciar a Salomão Deus permitiu que o reino fosse dividido, fato que já havia sido proferido por Deus que aconteceria (I Rs. 11. 11), após a morte de Salomão seu filho Roboão começa a governar, mas por razões de sublevações regionais, o grande reino de Israel é dividido em Reino do Norte e Reino do Sul. O novo governante de Israel o Jovem Roboão, filho de Naamã, a moabita, não tinha a sabedoria do pai, e de imediato confrontou o povo, aumentando a carga tributária, o que ocasionou com a cisma de Israel.
O governo de Jeroboão (Reino de Israel) foi marcado por plena idolatria, a construção do bezerro de ouro em Betel e outro em Dã, tomaram o lugar de Deus, substituindo a adoração a Jeová em Jerusalém, no templo do Senhor (I Rs. 12. 25-33). Após o fim da dinastia de Jeroboão I, começa a dinastia de Baasa que continua com as práticas idolatras (I Rs. 15. 33,34), já no fim da dinastia de Baasa o reino de Israel se dividiu em duas facções, uma a favor de Tibni e outra apoiava Onri (I Rs. 16. 21), Onri após o assassinato de Tibni (como registra Flávio Josefo) começou a reinar em Israel, o escritor dos Livro dos Reis registra que Onri foi o mais impiedoso de todos os reis que lhe antecederam (I Rs. 16. 25), foi Onri com suas alianças políticas que introduz em Israel o culto a baal (Deus dos fenícios), com sua morte seu filho Acabe começa a reinar.
Acabe visando à manutenção da paz em Israel e a prosperidade econômica que firma uma aliança política-matrimonial com os povos tassalocratas, os Fenícios, os maiores comerciantes e navegadores do mundo antigo, o seu casamento com a jovem Jesabel, filha do rei da cidade-estado de Sidom, representou o auge da idolatria em Israel, neste momento por certo foi instituída a prática da idolatria em especial a Baal e Asera. No governo de Acabe Israel conhece a institucionalização do culto de Baal com a construção de um templo em Samaria (capital do reino de Israel).

2.      APOSTASIA DE ISRAEL

Apostasia de Israel significou a ruptura drástica do relacionamento com Deus, o termo grego usado no Novo Testamento para apostasia é aphistêmi que significa separar, abandonar, este mesmo termo é utilizado para fazer menção ao divorcio, se configurando assim que Israel com a institucionalização do culto a Baal traiu o matrimônio espiritual que tinha com Deus. Vários profetas fizeram menção à apostasia de Israel, mas alguns textos do profeta Jeremias fazem entender o que a apostasia significa para Deus (sabendo que Jeremias foi profeta em Judá e não em Israel e não está alocado nos tempos de Acabe), neste texto a apostasia significa uma ruptura matrimonial com Deus (Ver: Jeremias. 2. 1-5).
Um dos principais agentes da apostasia em Israel foram às mulheres de outras terras, sua prática idólatra individuais tronaram-se plurais, contaminaram a pureza e santidade de Israel, estes relacionamentos mistos introduziram em Israel o sincretismo religioso, que consiste numa mistura de práticas religiosas. O próprio Salomão já advertiu em Provérbios sobre as mulheres más (Pv. 2. 16-22).
Nos dias de Acabe, rei da dinastia de Onri, uma mulher surge como agente da apostasia o seu nome é Jesabel, ela era filha do rei de Sidom e sacerdotisa de Asera, suas atitudes foram devastadora em Israel, por sua causa o culto a Jeová fora quase abolido, senão por causa de agentes (homens de Deus) que souberam preservar os antigos princípios.

3.      PECADOS DE ACABE

O texto de 1 Reis. 16. 29-34 refere-se a pelo menos três pecados de Acabe, deixando perceber que está época foi uma completa apostasia espiritual em Israel.
1ª Pecado: [...] Passou a prestar culto a Baal e Adorá-lo. (I Reis. 16. 31). Nunca Deus permitiu que outros deuses tomassem o seu lugar na adoração (Ex. 20. 3-5), no decálogo essa atitude é repugnada, adorar a outro deus é adultério espiritual, pois temos um matrimonio espiritual, o maior símbolo desta relação com Deus é contextualizada no livro de Oseías, onde sua vida fora uma mensagem para Israel.
2ª Pecado: Fez também poste sagrados. (I Reis. 16. 33). Esse texto nos faz acreditar que Acabe construiu vários ídolos em forma de poste, como é mais propagado, mas o texto hebraico utiliza o termo asherim que é traduzido por Aseras, deusa que Jesabel era sacerdotisa, o que nos faz pensar que a construção destes monumentos foi sobre pura influência de sua mulher, e em homenagem a ela. Mais um mal trazido por Jesabel.
3º Pecado: Durante seu reinado, Hiel, de Betel, reconstruiu Jericó (I Reis. 16. 34). As ruínas de Jericó representavam à lembrança da ação e poder de Deus sobre um povo idólatra, era um marco de lembrança do poder de Deus, reconstruir os seus velhos muros significava revogar uma lei de Deus, se sobrepujar os seus mandamentos (Js. 6. 26). Por certo a sua reconstrução fora patrocinada pela riqueza econômica que Israel estava provando no governo de Acabe. O afastamento temporal da maldição sobre aquele que reedificasse os deus muro fez pensar que Deus tinha esquecido ou mudado de opinião. Deus não muda! Por isso os dois filhos de Hiel foram mortos (I Reis. 16. 34).  

CONCLUSÃO

Tais atitudes de Acabe, rei de Israel, que encaminhou esta nação a apostasia, fez perder o símbolo que carregavam como povo de Deus, nação escolhida por Deus. As atitudes ímpias de Acabe não fizeram Deus abandonar Israel, pelo contrário Deus enviou juízos a fim de trazer o seu povo para o seu pasto. Deus nunca desiste dos seus! Ele levantou profetas que foram verdadeiros apologistas na antiguidade, combateram como leais soldados e nunca baixaram à guarda, como foi o caso de Elias, o tisbita (será tema do próximo comentário).

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